Já existe toda uma discussão sobre como a capacidade de raciocinar e aprender será impactada pelo uso das Inteligências Artificiais (IA). Trarei algumas pesquisas e pesquisadores do tema mais à frente.
O que posso dizer é que todos concordam que virão mudanças no aprendizado e raciocínio, positivas ou negativas. Mas hoje estou para defender o lado positivo, a partir de uma experiência pessoal.
Recentemente fiz um post de curiosidade sobre a disponibilização da Copilot (IA) no Visual Studio Code (VS Code – ferramenta de programação) ambos da Microsoft. A empresa está gradativamente integrando o Copilot em diversos dos aplicativos, como o Outlook, Office Word, Excel e etc… Não tem como dizer que esta onda tem volta.
Mas, indo direto ao foco. Recentemente desenvolvi e publiquei o site Appresumos para geração de resumos de PDF, se for considerar o tempo útil levei cerca de 15 dias para a produção. Contudo, cabem as devidas considerações, eu utilizei a linguagem de programação Python e métodos de resumos de usando NLTK (Processamento de Linguagem Natural) que já conheço, tenho experiência com desenvolvimento de sistemas web, mas, adicionalmente aprendi com auxílio de IA sobre dois recursos de apoio, o framework Flask (para criar o site em si) e o kit de ferramentas de banco de dados SQLAlchemy.
Falando um pouco sobre o Appresumos se trata de uma aplicação web para auxiliar pessoas que lidam com pesquisa em geral, ou com a necessidade de ler ou aprender sobre diferentes conteúdos, ambos os casos baseado em textos no PDF. O Appresumos proporciona um ambiente para reservar seus arquivos PDF, além de fornecer seis tipos de resumos baseado nos próprios arquivos, levando em conta as palavras ou frases mais ou menos recorrentes do texto.
O Appresumos tem várias utilizações são possíveis, desde o simples estudo baseado no resumo, a facilitação de produção de conteúdo, a compreensão rápida da ideia principal do texto, até mesmo a identificação de elementos mais citados, mas que podem ser perguntas de uma prova.
Mesmo com experiência em desenvolvimento web, tive que aprender sobre o Flask. Utilizei a IA Bolt solicitando os códigos em Flask a partir do que eu já conhecia de web. O resultado ainda não é preciso, então aprendendo com o código gerado fui ajustando manualmente. Depois de muitas interações, e ajustes consegui um esboço inicial com o login da aplicação, ou seja, usuário e senha com os dados guardados na memória.
Em seguida, o objetivo foi desenvolver a funcionalidade de carregar os PDF. Neste caso, armazenar arquivos é um procedimento um tanto comum, então já obtive os códigos funcionais, só adaptei para a minha realidade e já estava salvando e listando os PDFs dos usuários, também em memória.
Quando digo em memória é porque se eu fechasse o navegador tudo se perdia, não tinha o banco de dados para salvar as informações de modo permanente. Neste ponto que tive o maior desafio e aprendizagem. Iniciei os trabalhos para tentar armazenar os dados usando o SQLAlchemy, contudo, as diferentes formas de usar este recursos faziam com que a IA não me entregasse códigos que se integrassem com os que já estavam prontos. Daí mudei de estratégia.
A experiência que ganhei foi que para solicitar exemplos, modelos, templates e etc para uma IA quando se espera um conteúdo específico, confiável e consistente, ainda se mostra necessário um conhecimento prévio sobre o tema, para que se possa validar o que ela está lhe retornando. Então, eu fui estudar o SQLAlchemy, compreender os padrões de uso, como mapear dados de uma aplicação, configurar o armazenamento dos dados e principalmente como fazer tudo isso em conformidade com o Flask.
Neste momento, eu já tinha meu modelo de como desenvolver, peguei o código com os dados em memória e fui para o VS Code com Copilot. Do primeiro modelo que já tinha conseguido levar os dados de login para o banco de dados, pedi ao Copilot que baseado no modelo que apresentei gerasse um código similar para o armazenamento dos dados do PDF. O resultado já foi bem próximo, me poupou a escrita do que eu já conhecia, mas ainda assim fiz ajustes para corrigir os formatos dos dados.. Por último, fui relacionar o usuário, aos seus PDFs e os respectivos resumos. Como se tratava de algo mais complexo desenvolvi toda essa parte, rs, daria trabalho explicar ao Copilot, o que e como deveria ser o código neste ponto. Assim conclui o aplicativo funcional.
Bom, posso dizer que a aprendizagem utilizando IA, faz sentido desde que a pessoa tenha o propósito de aprender. É possível, obter exemplos, comparar modelos, corrigir erros gerados pela IA, e quando nada dá certo, voltar ao jeito tradicional de estudos, com uma base sólida, por livros, documentações, cursos em geral.
Depois dessa trajetória, comentem abaixo como vocês tem utilizado IA para aprender?
2 Comentários
Concordo, tenho usado bastante. A IA foi crucial na minha transição de carreira. Antes dela, era mais difícil solucionar problemas de código e como meu inglês não era dos melhores, as vezes passava dias para resolver problemas com as ajuda da comunidade, como stack overflow e Google puro.
Realmente as IA facilitam trazendo dados que seriam encontrados em diferentes fontes. Só precisa ter uma noção se o conteúdos da IA realmente fazem sentido.